AGAL ofrece unha alternativa para cantarmos goles máis galegos

AGAL ofrece unha alternativa para cantarmos goles máis galegos

19 de Outubro, 2015 - 12:00 h. | Publicada por Radio Burela

Estamos a facerlle xustiza ao fútbol galego do modo no que o contamos, cun vocabulario que talvez non sexa o máis apropiado para cantar os goles de Celta, Dépor ou Lugo? E é que se o chamado deporte rei é un que se inventou en Inglaterra e no que case sempre gaña Alemaña, non é menos certo que onde se transformou en jogo bonito foi no Brasil. Xa co gallo do Mu

O traballo pódese consultar e descargar de balde na web da AGAL (www.agal-gz.org). A xustificación deste dicionario elaborado pola Comissom Lingüística da AGAL preséntase deste xeito no limiar da obra:

No entanto, na Galiza, a linguagem do futebol veiculada na nossa língua autóctone acusa hoje, infelizmente, na esmagadora maioria dos casos, a presença de um sem-número de ilegítimos castelhanismos, que tornam este galego um código descaraterizado, incoerente, disfuncional e antieconómico. Tal degradaçom expressiva deve-se, sobretodo, em primeiro lugar, à incapacidade do galego contemporáneo para criar de modo autónomo, no quadro da sua subordinaçom sociocultural a respeito do castelhano e do seu correlativo isolamento a respeito das variedades lusitana e brasileira da língua, novos elementos lexicais denotadores de realidades modernas (nom esqueçamos que o futebol só surge, tal como hoje o conhecemos, no fim do século xix!) e, em segundo lugar, à inibiçom dos codificadores e lingüistas oficialistas (rag-ilg, rg e tvg), que nom sabem ou nom querem expurgar os castelhanismos deturpadores, apresentando-nos um galego do futebol (e, em geral, dos desportos) servilmente decalcado do castelhano (ex.: cast. balón > gal. *balón, cast. fútbol > gal. *fútbol, cast. portería > gal. *portería, cast. rechace > gal. *rexeitamento, cast. saque > gal. *saque), com ocasionais neologismos, às vezes pitorescos (ex.: *adestrador(a), *saque de recuncho).

Frente a essa atitude de resignaçom e de gratuíta subordinaçom, profundamente nociva para os interesses dos utentes de galego, a Comissom Lingüística da Associaçom Galega da Língua, na melhor tradiçom do reintegracionismo lingüístico e na seqüência da recente publicaçom do seu O Modelo Lexical Galego (2012), propom aqui configurar a linguagem galega do futebol (como, em geral, a de todas as áreas de especialidade), de forma natural e económica, através de umha constante coordenaçom lexical do galego com as variedades socialmente estabilizadas da nossa língua (lusitano e brasileiro). Só deste modo, com esta perspetiva ecuménica da nossa língua, verdadeiramente natural e emancipadora, é que poderemos disponibilizar em galego umha linguagem do futebol plenamente genuína e coerente, nom subordinada ao castelhano, e que, além disso, nos facilite umha saudável sintonia comunicativa com outros países de fala galego-portuguesa, nos quais, por sinal, o futebol tem atingido, dos pontos de vista desportivo e social, um prestigioso desenvolvimento (cf. jogo bonito).

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